O poder do assoalho pélvico












A força da mulher pode estar escondida pelo corpo. Há quem nocauteie com o olhar. Quem derrube com o toque. E quem desnorteie o parceiro pelo períneo. Não entendeu? Pois fique atenta aos benefícios dessa musculatura pouco conhecida e saiba que, com ela, você pode cuidar da saúde íntima e, ainda, levar o outro à loucura

Localizada na região do períneo, que vai do osso acima do clitóris até o final da coluna vertebral, logo acima do ânus, a musculatura do assoalho pélvico (MAP) pode ser sentida logo na entrada da vagina, especialmente quando contraída. Ela é a reponsável pela sensação de pressão sentida no ato sexual e na penetração, tanto pela mulher quanto pelo parceiro.

O fisioterapeuta Gustavo Latorre explica que, fortalecida, a região previne incontinência urinária e prolapsos genitais (bexiga ou útero caídos), melhora a percepção sexual, permite melhor suporte dos órgãos e do bebê durante a gestação e facilita o parto, além de permitir uma recuperação melhor e mais rápida no pós-parto.

Se não bastassem todos esses pontos positivos, a região ainda contribui para o orgasmo."Para que ele ocorra de maneira eficaz, é fundamental que a circulação local seja boa. Exercícios para a MAP ativam e incrementam a circulação de toda a região pélvica, além de permitirem o auto-conhecimento da região genital, melhorando a sensibilidade local e a coordenação", explica o fisioterapeuta.

Mas saber onde essa tal musculatura milagrosa está não é tão fácil assim. Um exercício simples pode ajudar. Especialista em uroginecologia, Gustavo ensina que introduzir um ou dois dedos na vagina e tentar contrair ao redor deles é a forma mais simples de perceber a MAP atuando. "Para contrair, deve-se fazer uma força como que tentando reter um gás, ou fechando o ânus".

Outra ideia é tentar contraí-la durante o ato sexual, inclusive questionando a sensação do parceiro a respeito. "Ciente disto, a mulher pode desenvolver a coordenação motora e até a força destes músculos, simplesmente contraindo enquanto trabalha, lê uma revista, usa o computador ou dirige", indica. Segundo ele, exercitar a MAP faz parte do dia-a-dia de algumas culturas, como a indiana. "Por sorte, nós do ocidente estamos descobrindo as vantagens desse exercício tão simples e fácil, mas que provêm tantos benefícios".



Mas como toda musculatura perde força, elasticidade e tônus com o envelhecimento, não seria diferente com a MAP. A região ainda conta com o agravante de que, na menopausa, a diminuição progressiva nos níveis de estrogênio torna aquela musculatura (bem como toda a região genital feminina) mais debilitada. Além dos agravantes naturais, como é a MAP que sustenta os órgãos pélvicos, como útero, bexiga, ovários, até os esforços diários tendem a enfraquecer a musculatura que nunca é treinada. "Por fim, sabe-se que o principal fator de lesão e enfraquecimento é o parto, espacialmente quando não há um trabalho de conscientização daquela musculatura para contrair e relaxar no momento certo", alerta Gustavo.

Por isso tudo, a importância dos exercícios. Mas é preciso cuidado. Musculação, ioga e pilates, por exemplo, sem a devida resistência ou eficiência de contração da MAP, podem sobrecarregar a região acelerando o enfraquecimento. É por este motivo que instrutores sempre frisam a importância de contrair a região durante certos momentos dos exercícios. "A MAP deve ser treinada por exercícios específicos, como os Exercícios de Kegel, Exercícios com Biofeedback, fisioterapia ou Cones Vaginais, sempre com aval de médico ginecologista ou fisioterapeuta especializado", finaliza Gustavo.

Por Sabrina Passos (MBPress)


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